Alimentos sintéticos: ameaça à saúde e à economia
A Itália diz não aos alimentos sintéticos, em todas as suas formas: da proteína animal reproduzida em biorreator ao leite fermentado a partir de matrizes genéticas.
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E toda a Europa deveria fazer o mesmo, submetendo os alimentos de laboratório já sendo desenvolvidos na América do Norte e na Ásia não aos rígidos regulamentos aos quais os “novos alimentos” estão sujeitos, mas aos regulamentos ainda mais severos dos produtos farmacêuticos. Esta é a mensagem que vem de “Os riscos dos alimentos artificiais”, a conferência organizada por Coldiretti e Filiera Italia no auditório Fieramilano Rho no primeiro dia da Tutto Food (8 a 11 de maio).
“Estamos em guerra há anos contra multinacionais de alimentos e oligarcas do hi-tech, que pressionam a UE a renunciar conscientemente a uma cadeia de suprimentos econômica que a distingue. A regulamentação do nutriscore foi apenas um avanço”. Vincenzo Gesmundo, secretário-geral da Coldiretti, recorre a tons beligerantes para explicar os termos da aposta. “Nossos rivais se escondem atrás de falsos argumentos dos direitos dos animais e ecológicos – continua -. Eles possuem recursos de marketing incomparáveis e fazem as pessoas acreditarem que basta eliminar as fazendas para salvar o planeta. Assumimos as nossas responsabilidades e sabemos que a solução passa por investir na eficiência dos processos. Por exemplo, transformamos os resíduos da zootecnia de problema par fontes de energia”.
Luigi Scordamaglia, presidente da Filiera Italia, compartilha o apelo de Gesmundo: “Os industriais italianos não devem pensar que podem se safar com um pequeno biorreator em casa – adverte -. Há tal disparidade de forças que sairiam derrotados. É um desafio frontal ao qual somos chamados a responder juntos”. O ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida, defende o acerto do projeto de lei aprovado pelo governo: “Faltam elementos para considerar alimentos artificiais seguros e sustentáveis, em hormônios e antibióticos. A comunidade científica se preocupa. Ao proibir sua produção e comércio, aplicamos o princípio da precaução reconhecido por Bruxelas e esperamos que a UE faça o mesmo”. Serafino Cremonini, presidente da Assocarni compartilha: “Enquanto isso, a indústria da carne bovina está sendo atacada. Na Itália vem sendo dizimada desde a década de 1960 até hoje. E veem-se as consequências nos territórios abandonados”.
Fonte: La Conceria (www.laconceria.it)
Traduzido e adaptado por ABQTIC